Nos tempos de crise que se vivem actualmente, o movimento do crowdfunding tem-se assumido como uma solução alternativa e bastante viável ao financiamento dos mais diversos projectos e empresas. Das artes ao desporto, são cada vez mais os exemplos de sucesso desta simples ferramenta online, em que doadores e financiadores oriundos de todo o mundo, muitas vezes anónimos, contribuem nas ropostas em que acreditam. Inspirada no sucesso desta nova tendência global, a Olmo, associação que congrega um conjunto de pessoas e entidades interessadas em promover novos e mais eficientes modos de ajuda humanitária e cooperação para o desenvolvimento”, apresentou recentemente a sua inovadora plataforma de crowdfunding social. Afinal, se desconhecidos de todo o mundo conseguem fundos para gravar um disco ou dar a volta ao mundo, também não deveria ser muito complicado angariar doadores para construir escolas em África. Além dos serviços habituais deste tipo de plataformas online, a Olmo tem ainda uma opção “lista de compras”, em que os doadores podem adquirir especificamente determinados itens, como cadernos escolares ou sacas de cimento, em vez de fazerem simples donativos. Permite a doação de bens ou, no caso de empresas, de matérias produzidas que sejam necessárias aos projectos disponíveis, seja equipar uma biblioteca ou plantar uma horta. A isto alia-se uma outra vertente, a do voluntariado, uma vez que possibilita a doação de horas de colaboração efectiva de recursos e capital humano. A plataforma Olmo encontra-se já em funcionamento na sua versão Beta, ou seja, na fase-piloto de lançamento, em que qualquer um pode fazer um donativo mas apenas para projectos pré-aprovados, de modo a testar a tecnologia em ambiente real. Prevê-se que dentro de alguns meses esteja a funcionar em pleno e aberta a todos os que queiram submeter projectos. Apesar de nesta fase ter apenas disponíveis projectos nacionais e de países lusófonos, o objectivo da Olmo é alargar a sua actividade ao mundo inteiro. Serão aceites projectos de cariz social e de desenvolvimento comunitário que não estejam em nenhuma outra plataforma de captação de fundos, promovidos por organizações não-governamentais, no terreno, há mais de dois anos. Mais do que uma entidade financiadora, a Olmo disponibiliza, de forma gratuita, um espaço de encontro entre quem procura apoios e quem tem o desejo de ajudar mas muitas vezes nem sabe muito bem como. 

03 PROJECTOS EM ÁFRICA
Ler Mais, em Moçambique, tem como missão equipar a biblioteca da comunidade de Nhambira com livros e material escolar. Também em Moçambique, um viveiro comunitário pretende apoiar cinco mil famílias dos Bairros de Ferroviário, Costa do Sol e KaMavotas, através da produção de produtos hortícolas. Escola Aberta é um projecto que pretende distribuir anualmente material escolar, vestuário, alimentação e medicamentos a cerca de 400 crianças de São Tomé e Príncipe.

GUIA RÁPIDO PARA PERCEBER COMO FUNCIONA O CHAMADO FINANCIAMENTO COLECTIVO

1) COLOCAR A IDEIA À PROVA

O crowdfunding ou financiamento colectivo consiste num conjunto de actividades que um empreendedor apresenta a uma plataforma de Internet oferecendo, na maioria dos casos, recompensas aos participantes. Assim sendo, o primeiro passo é precisamente conseguir que o projecto seja aprovado por quem gere a plataforma, permitindo o lançamento da campanha de recolha de fundos.

2) UMA IDEIA QUE SE POSSA VER

Mesmo que a plataforma aprove o lançamento da recolha, há uma nota a reter: é muito mais fácil conseguir financiamento para um produto do que para um serviço.

3) INÍCIO DA RECOLHA
É o promotor da ideia que estabelece o montante mínimo e o prazo de angariação.

4) NOTAS IMPORTANTES

Neste tipo de iniciativa, é fundamental interagir. Como?

- Agradecer, sempre a quem acredita e contribui para o projecto.

- Oferecer recompensas atractivas, como produtos personalizados ou em primeira mão.

- Fazer um vídeo promocional é um factor extra rumo ao sucesso.

5) PRAZO TERMINADO SEM SUCESSO

Se o montante mínimo não for angariado, o promotor da ideia não receberá o valor angariado e os fundos serão devolvidos a quem tiver contribuído. Neste caso, a plataforma não cobrará qualquer comissão.