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Lares separadores crescem em Portugal: 71% dos lares separam as embalagens usadas
Lares separadores crescem em Portugal: 71% dos lares separam as embalagens usadas
2015-07-15
Lares separadores crescem em Portugal: 71% dos lares separam as embalagens usadas

Nunca como agora as famílias portuguesas separaram tanto as suas embalagens usadas.

É em Lisboa que se observa o maior nível de separação, mas, em todo o País, são cada vez mais os cidadãos que aderem à reciclagem.

 

7 em cada 10 lares fazem diariamente a separação doméstica de embalagens usadas para reciclagem. Este é o valor mais elevado desde que, em 2006, a Sociedade Ponto Verde estuda os hábitos e atitudes dos portugueses em relação à separação de resíduos de embalagem.

 

De acordo com os dados do estudo “Hábitos e Atitudes face à separação de resíduos domésticos 2015”, desenvolvido pela Intercampus para a Sociedade Ponto Verde, registou-se um crescimento de 2 pontos percentuais relativamente aos resultados obtidos em 2011, o último ano em que o estudo foi realizado.

 

Mais significativo ainda é o crescimento da percentagem de consumidores que faz a separação de todos os materiais. O estudo revela que 59% dos inquiridos faz a separação doméstica de todas as tipologias de materiais passíveis de serem separadas, um crescimento de 12 pontos percentuais face a 2011. Isto significa que o trabalho de sensibilização dos consumidores para as regras de reciclagem tem tido um resultado muito positivo.

 

Apenas 12% dos lares separam alguns materiais (separadores parciais). A inexistência de qualquer prática atual de separação de lixo/embalagens usadas é um cenário minoritário, afetando 29% dos casos observados.

 

Os resultados foram hoje apresentados em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, o município que, em dezembro de 2013, acolheu o lançamento da Missão Reciclar, a maior ação de sensibilização para a reciclagem alguma vez realizada pela Sociedade Ponto Verde e que permitiu a recolha dos dados apresentados. Ao longo de ano e meio, a equipa da Missão Reciclar bateu à porta de mais de 1,6 milhões de portugueses, tendo distribuído perto de 300.000 sacos reutilizáveis para a separação de resíduos.

 

«O aumento do número de separadores em Portugal resulta sem dúvida do empenho da Sociedade Ponto Verde e de todos os parceiros, nomeadamente os Sistemas Municipais e os Municípios, informando os Portugueses sobre a importância social, económica e ambiental da reciclagem. Tal permitiu que hoje cerca de 71% da população separe os seus resíduos. Porém quando analisamos apenas a % da população que separa a totalidade dos seus resíduos de embalagens, em 2006, apenas cerca de 11% da população separava a totalidade dos seus resíduos de embalagens e hoje, são quase 60% das famílias portuguesas que o fazem, o que nos deixa orgulhosos do percurso realizado. Mas temos consciência de que o trabalho não está concluído, pelo que iremos prosseguir com as ações de sensibilização para incentivar a separação de resíduos», salienta Luís Veiga Martins, Diretor Geral da Sociedade Ponto Verde.

 

A contribuição para uma melhoria da qualidade geral do ambiente é, de forma clara, o benefício mais associado à separação doméstica de embalagens: 91% no caso dos separadores totais e parciais e 78% em relação aos não separadores. Por outro lado, a recuperação de materiais já usados é outra vantagem apontada por todos.

 

Pela negativa, os separadores totais (32%) e parciais (31%) destacam a distância do lar ao ecoponto mais próximo, um dado que sobe para os 43% no caso dos não separadores. No caso das famílias separadoras totais constata-se que, na grande maioria dos casos (88%), o ecoponto está localizado a menos de 5 minutos da residência (deslocação a pé), um valor que desce para os 81% no caso dos separadores totais e para os 72% nos não separadores.

A falta de espaço e as condições do lar são outros dos aspetos negativos mais indicados.

 

Tanto nas famílias separadoras totais como nas parciais, a figura do responsável feminino do agregado familiar assume um protagonismo relevante na adesão ao processo de separação doméstica de embalagens usadas (47% e 49%, respetivamente).

 

 

Lisboa no topo dos distritos que mais separa

 

A maior adesão ao processo de separação de embalagens usadas surge no distrito de Lisboa (79%), seguido por Leiria (75%).

 

Em Lisboa, 67% das 633 famílias observadas fazem a separação doméstica de embalagens usadas/resíduos de forma total, ou seja, sem quaisquer erros, enquanto 21% não faz qualquer tipo de separação.

 

 

No distrito de Lisboa, o responsável feminino pelo agregado (46%) assume um papel de maior destaque enquanto elemento impulsionador da adesão da família à separação doméstica de embalagens usadas/resíduos. Já em termos de práticas efetivas e correntes de separação, parece haver um envolvimento positivo de praticamente todos os elementos da família.

 

Dos lares que, no distrito de Lisboa não fazem a separação dos seus resíduos, 85% admitem começar a separar as embalagens usadas/resíduos. Por outro lado, apesar de não fazerem separação, 78% dos não separadores afirmam conhecer as regras que regulam o processo de separação doméstica de embalagens usadas/resíduos.

 

No âmbito da sua campanha Missão Reciclar, em Lisboa, foram também realizados 6103 inquéritos com o objetivo de compreender se a taxa sobre os sacos de plástico alterou os hábitos de separação dos inquiridos e, por outro lado, qual a forma utilizada pelas pessoas para levarem as suas embalagens usadas para o ecoponto (a partir da entrada em vigor da nova taxa).

 

De acordo com os resultados obtidos, a grande maioria (46%) continua a utilizar os sacos das compras para o fazer. Entre as respostas obtidas, é referida ainda a utilização de sacos reutilizáveis (23%) ou a utilização de outros sacos (13%).

 

 

 

Efeito da crise sobre os hábitos alimentares

 

Do total dos inquiridos, 42% afirma que a crise económica teve impacto sobre os respetivos hábitos alimentares, implicando nomeadamente a racionalização dos consumos de energia e de água, bem assim como dos processos tradicionais de seleção de produtos.

 

Os efeitos da crise sobre os hábitos alimentares são maioritariamente assumidos em Setúbal, e atingem expressão assinalável (igual ou acima de 40%) noutros 5 distritos: Lisboa, Coimbra, Castelo Branco, Porto e Santarém.

 

Por contraste, Bragança é o distrito onde o impacto da crise é menos ressalvado, sendo apenas assumido por 28% das famílias.

 


Sobre o estudo

 

O estudo foi realizado pela empresa Intercampus, num total de 3.529 entrevistas, realizadas entre 5 de dezembro de 2013 e 16 de maio de 2015 em 15 distritos de Portugal Continental.

 

O estudo foi realizado por observação direta e entrevista presencial com base num questionário de hábitos e atitudes face à separação de resíduos domésticos.


No total do estudo, estão representados 3.759.729 alojamentos.

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