Reciclagem de embalagens cresce 3%. É preciso acelerar para o país cumprir as novas metas

No primeiro trimestre de 2024, os portugueses encaminharam para reciclagem um total de 111.695 toneladas de embalagens, o que significa um aumento de 3% em comparação com o período homólogo. Se os dados do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem (SIGRE) mostram que o país continua a cumprir, na globalidade, as metas estabelecidas para a reciclagem destes resíduos urbanos, revelam também que há que acelerar este ciclo.

Este nível de crescimento, a manter-se, é insuficiente, comprometendo a capacidade do país em alcançar, daqui a um ano, a nova meta de estar a reciclar, pelo menos, 65% das embalagens colocadas no mercado.

Com os desafios na gestão dos resíduos, Portugal precisa de mais ambição e articular-se na concretização de mais investimento em Inovação e tecnologia, na lógica da economia circular, para otimizar as infraestruturas e trazer modernização, mas também complementaridade às atuais formas de serviço, como os sistemas de recolha porta-a-porta ou medidas pay as you throw.

A prioridade na prestação de um maior nível de serviço por parte dos operadores municipais na recolha, do ponto de vista da qualidade e conveniência, contribuirá para o acelerar do desempenho dos níveis da reciclagem, já que incentiva a uma maior participação dos cidadãos no processo de separação e deposição dos seus resíduos no pós-consumo.

Numa análise ao desempenho dos vários materiais de embalagens no SIGRE verifica-se que o vidro continua a merecer particular atenção, já que foram recolhidas 48.568 toneladas, ou seja, mais 1% em comparação com igual período de 2023. É o único material de embalagem a não cumprir a taxa de reciclagem nacional. É, por isso, fundamental que os portugueses reciclem mais e reforçar-se a aposta em sistemas de deposição de embalagens de vidro mais eficientes, como o baldeamento assistido, para colocar nas proximidades de cafés, restaurantes e bares, onde são geradas as quantidades mais significativas destes resíduos urbanos.

“Estamos num momento crítico e, por isso, defendemos que o país deve ter mais ambição em matéria de gestão de resíduos e de resíduos de embalagens, ao nível da prevenção, reciclagem e valorização. Estamos, assim, disponíveis para continuar o trabalho colaborativo, agora com o novo Executivo, cuja agenda apresenta determinação em implementar as medidas necessárias para que o país cumpra as metas. O nosso compromisso é total para a evolução do setor, pois é parte fundamental em prol de uma economia cada vez mais circular em Portugal,” conclui Ana Trigo Morais.

SPV é Parceira Oficial de Sustentabilidade do Rock in Rio Lisboa

No ano em que o Rock in Rio Lisboa comemora o seu 20.º aniversário, a Sociedade Ponto Verde (SPV) reforça uma vez mais a sua ligação ao festival, que decorre nos dias 15, 16, 22 e 23 de junho, no Parque Tejo, enquanto Parceira Oficial de Sustentabilidade.

A ligação ao Rock in Rio Lisboa não é novidade para a SPV: esta é uma longa relação de parceria que tem sido construída e reforçada ao longo dos anos. É fruto de um trabalho conjunto e advém de uma visão de sustentabilidade, que é hoje transversal a todo o evento e que representa um alinhamento dos valores partilhados entre o Rock in Rio Lisboa e a SPV.

Nesta edição, a grande novidade da parceria com a Sociedade Ponto Verde é a campanha da Acerta & Recicla, dedicada ao Rock in Rio Lisboa, que vai oferecer bilhetes para o festival a quem mais acertar em perguntas sobre a reciclagem de embalagens, unindo assim o conceito de gamificação ao de sensibilização, em prol de mais e melhores práticas de reciclagem de embalagens em contexto festivo.

Além disso, a presença da SPV no evento vai ser marcada de diversas formas: uma ativação da Acerta & Recicla no recinto que vai levar os festivaleiros ao Rock in Rio Brasil; estruturas para a correta separação de resíduos; e mochileiros com ecopontos móveis a circular pelo recinto, para maior conveniência na deposição de embalagens dos festivaleiros.

A CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, afirma que “reciclar é uma missão de todos” e que, por isso, é muito importante estar próximos dos cidadãos para os relembrar que a reciclagem de embalagens tem de acontecer em qualquer momento e em qualquer lugar.

“Estamos muito satisfeitos por sermos parceiros do Rock in Rio e trabalharmos juntos com o mesmo compromisso com a sustentabilidade. Estarmos presentes num evento como este, em que se juntam milhares de pessoas e em que são gerados grandes volumes de resíduos, é absolutamente fundamental para aumentarmos e reforçarmos o ato de reciclar fora de casa, tendo como objetivo alcançar as atuais metas de reciclagem”, acrescenta.

Em conjunto com a SPV, a Valorsul e a Câmara Municipal de Lisboa, o festival consegue ser um evento Lixo Zero desde 2016, em todas as suas edições, o que significa que 0% dos resíduos decorrentes da sua atividade vão para aterro. No âmbito desta parceria, já foi possível reciclar mais de 420 toneladas de resíduos, o que reforça também a atuação da Sociedade Ponto Verde na área da literacia ambiental e da sensibilização dos cidadãos. Na 10.ª edição do Rock in Rio Lisboa, o desafio será agora aumentar o volume de resíduos reciclados e reduzir o volume de resíduos que vão para valorização energética.

“Estamos juntos desde 2004, num compromisso pela sustentabilidade e pelo futuro. São 20 anos de Rock in Rio Lisboa e 20 anos de uma parceria histórica com a Sociedade Ponto Verde que nos permitiu reduzir o impacto ambiental do festival com a valorização e reciclagem de todos os resíduos gerados, não enviando nada para aterro. Em 2024 vamos reforçar este compromisso com a SPV, tudo por um mundo melhor”, refere a Vice-Presidente Executiva do Rock in Rio Lisboa, Roberta Medina.

“Juntos a reciclar ++”: as candidaturas já estão abertas

Dando continuidade à sua missão de garantir o funcionamento do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), a Sociedade Ponto Verde (SPV) volta a lançar o programa de financiamento de ações de comunicação, sensibilização e educação para Sistemas Integrados de Gestão de Resíduos (SGRU) e para Câmaras e Empresas Municipais, agora nomeado de “Juntos a reciclar ++”.

O projeto tem vindo a ser implementado nos últimos anos e, devido ao seu sucesso e ao número de ações implementadas com recurso a este financiamento, cresceu, e passou a contar com uma plataforma digital para candidaturas, que promove um webinar para ajudar os parceiros a concorrer ao programa. No total, o programa destina 500.000€ para financiar projetos destas entidades.

As entidades podem candidatar-se e encontrar mais informações aqui.

Através deste projeto de proximidade, a SPV reforça a sua atuação nestes eixos, apoiando, assim, os SGRU, Câmaras e Empresas Municipais na realização de ações ligadas a estas áreas. Além disso, destaca a importância de existir uma comunicação integrada, com consistência e com alinhamento de mensagens entre todas as entidades parceiras, bem como de trabalhar em proximidade com os cidadãos e a sua realidade local, através de ações espalhadas por todo o País.

Este programa reforça, ainda, o trabalho colaborativo que a SPV desenvolve junto das comunidades locais numa vertente que vai muito além da sensibilização para a importância da reciclagem das embalagens e que se foca na eficácia da comunicação com os demais agentes da cadeia de valor.

Atualmente, as embalagens são o único fluxo urbano em que as metas de reciclagem são cumpridas, ainda assim, o vidro é o material que mais preocupações tem dado. Neste sentido, e tendo em conta o contexto atual do setor e todos os desafios decorrentes das atuais metas de reciclagem – 65% de reciclagem de embalagens colocadas no mercado até 2025 e 70% em 2030 -, esta edição do projeto está focada no aumento da participação na reciclagem de embalagens de vidro.

“‘Juntos a reciclar ++’ é um projeto no qual muito acreditamos. Continuamos empenhados em trabalhar de forma colaborativa com SGRU, Câmaras e Empresas Municipais e reforçamos a importância de atuar em parceria com estas entidades, que são parceiras históricas da SPV. Todas as ações contam no atingimento das metas e, em especial no vidro, onde temos de acelerar e adotar ações especificas. É fundamental termos um SIGRE que trabalha em regime colaborativo e em parceria e é exatamente por isso que financiamos projetos ligados à comunicação, sensibilização e educação, que são, aliás, áreas nas quais a SPV acredita e investe de forma contínua”, afirma a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais.

Academia Ponto Verde está de regresso e esta é a maior edição de sempre

Sociedade Ponto Verde promove uma nova edição do roadshow “Reciclar é na boa”, da Academia Ponto Verde, que tem como objetivo chegar a 200 escolas até ao final do ano de 2024. As escolas podem candidatar-se, a partir desta quarta-feira, 20 de março, para receber estas formações.

As candidaturas para as escolas estão abertas a partir de hoje.  Esta iniciativa, direcionada para a comunidade escolar, tem como objetivo desafiar os alunos dos 2.º e 3.º ciclos a aprenderem mais sobre reciclagem de embalagens.
A Academia Ponto Verde tem crescido bastante e a ambição desta nova edição do roadshow é, então, conseguir chegar a 200 escolas até ao final do ano, tornando esta a maior edição de “Reciclar é na boa” até ao momento e conseguindo chegar a mais escolas do que nunca.

Através das sessões formativas, que têm a duração de 45 minutos, os alunos terão a oportunidade de verificar que “Reciclar é na boa”, podendo, para o efeito, esclarecer e desmistificar dúvidas que possam ter sobre a correta separação e deposição de embalagens nos ecopontos, onde quer que se encontrem: em casa, na escola ou em qualquer momento de lazer com a famílias e amigos.

As escolas interessadas podem candidatar-se em https://academiapontoverde.pt/acoes-de-formacao/.

A Sociedade Ponto Verde continua, assim, empenhada em promover a literacia ambiental junto de mais crianças e jovens, capacitando-os de mais conhecimento e contribuindo para que as gerações mais novas tenham um papel ativo e responsável na sociedade, convidando a que se tornem verdadeiros influenciadores em matéria de Sustentabilidade e Reciclagem. Através deste projeto, a SPV tem também um papel ativo na capacitação e ajuda que dá às escolas e professores, fornecendo-lhes inúmeros materiais didáticos e ferramentas de ensino.

“As candidaturas já estão abertas e esperamos que esta seja mais uma edição de grande sucesso do roadshow da Academia Ponto Verde. Queremos, aliás, que esta seja a maior edição já realizada, uma vez que pretendemos chegar a mais 200 escolas até ao final de 2024. À semelhança do que tem acontecido em edições anteriores, estamos expectantes por uma grande adesão por parte dos estabelecimento de ensaio, que têm demonstrado, cada vez mais, a preocupação de integrar na sua oferta educativa conteúdos sobre o Ambiente,  tema em que a reciclagem de embalagens desempenha um papel absolutamente fundamental”, afirma o Coordenador de Marketing e Comunicação da Sociedade Ponto Verde, Ricardo Sacoto Lagoa.

Mais informações em: www.pontoverde.pt, https://www.instagram.com/pontoverde.pt/ e https://www.facebook.com/SociedadePontoVerde

SPV é Parceira de Sustentabilidade do Millennium Estoril Open

A Sociedade Ponto Verde (SPV) associou-se ao Millennium Estoril Open enquanto Parceira de Sustentabilidade do torneio, que se realiza de 30 de março a 7 de abril, no Clube de Ténis do Estoril.

Seguindo uma estratégia que passa pelo apoio a diversas modalidades e eventos desportivos, que, na sua essência, estão também associados a boas práticas e a ações que encerram em si os valores da sustentabilidade e ambientais, a Sociedade Ponto Verde associa-se assim ao Millennium Estoril Open, tendo como objetivo principal tornar esta edição do torneio mais sustentável.

Além disso, esta parceria reforça, assim, um dos principais objetivos da SPV: sensibilizar os portugueses para a importância de transportarem as suas práticas de separação de resíduos dos seus lares para os momentos de diversão e de lazer fora de casa, convidando todos a ser “embaixadores” dos bons hábitos no que à reciclagem de embalagens diz respeito.

Para o efeito, a SPV estará no evento para sensibilizar para as melhores práticas de reciclagem de embalagens e diminuir a pegada de carbono. Neste sentido, marcará presença física no torneio de ténis, através de ativações no local, que têm como objetivo incentivar os participantes e jogadores a reciclar cada vez mais e melhor.

Haverá, ainda, estruturas para a correta reciclagem de resíduos, mochileiros a realizar um quizz sobre o tema, puffs na zona lounge do evento e também o jogo de tabuleiro gigante Recicla Mania, na zona kids, de modo a estar também junto dos mais pequenos.

“Estamos muito contentes por nos associarmos a este evento. Acreditamos que, tal como a SPV, também o Millennium Estoril Open está empenhado em tornar este um evento cada vez mais sustentável, reforçando que o desporto deverá ser um agente ativo na mudança de comportamentos, acompanhando os valores de sustentabilidade que defendemos diariamente. Cada vez mais, a sustentabilidade e o desporto são conceitos que devem entrar juntos em campo. Através desta parceria reforçamos a nossa intenção de estarmos mais próximos dos cidadãos, mas também de continuar a investir em novas modalidades e novos eventos para levar a reciclagem até todos, e em todos os lugares”, destaca o Coordenador de Marketing e Comunicação da Sociedade Ponto Verde, Ricardo Sacoto Lagoa.

“No Millennium Estoril Open encaramos o tema da sustentabilidade de forma muito séria e, por essa razão, poder ter um parceiro com o expertise da Sociedade Ponto Verde é essencial para que a pegada que o evento deixa no meio ambiente seja cada vez mais reduzida. Com a Sociedade Ponto Verde conseguimos encontrar as melhores soluções e as melhores práticas de reciclagem de embalagens para que sejamos cada vez mais elementos contribuidores para a qualidade ambiental”, afirma o Diretor do Millennium Estoril Open, João Zilhão.

SPV integra GRACE

A Sociedade Ponto Verde (SPV) aderiu ao GRACE – Empresas Responsáveis, uma associação empresarial de utilidade pública, sem fins lucrativos, que atua nas áreas da responsabilidade social e sustentabilidade. Esta associação integra a rede europeia do CSR Europe, líder em sustentabilidade e responsabilidade corporativa, que apoia setores da indústria e empresas a nível global, na transformação e busca de soluções práticas para o crescimento sustentável.

Através da adesão ao GRACE, a Sociedade Ponto Verde reforça, uma vez mais, o seu papel enquanto líder no setor da reciclagem e gestão de resíduos de embalagens, bem como a sua vontade em estar na vanguarda da sustentabilidade, tendo como foco a melhoria da eficiência na utilização dos recursos, contribuindo para uma economia cada vez mais circular.

A SPV passa a ter a oportunidade de colaborar com um conjunto de empresas que também estão comprometidas em integrar, inovar e inspirar práticas socialmente mais responsáveis, tendo também oportunidade de levar o conhecimento que tem sobre o setor para o trabalho colaborativo com os restantes associados.

Além disso, fazer parte desta associação, que reúne mais de três centenas de empresas nacionais e internacionais, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, permite à Sociedade Ponto Verde ter acesso a, ainda, mais conhecimento e experiência e a uma rede de contactos que lhe serão úteis para reforçar a responsabilidade social corporativa e a sustentabilidade na sua organização, podendo também tornar-se parceiro da jornada da sustentabilidade de todos eles.

“Este é mais um passo no caminho que a Sociedade Ponto Verde tem vindo a fazer para reforçar o seu compromisso com práticas empresariais mais sustentáveis. Por outro lado, reitera uma metodologia em que muito acreditamos: o trabalho e a inovação colaborativa. Só através deste método é possível partilhar conhecimentos e identificar soluções inovadoras e digitais, que possibilitam ao setor, e às empresas, tornarem-se mais ‘verdes’, inclusivos e responsáveis”, afirma a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais.

“Perante os desafios ambientais que vivemos, as empresas devem reforçar o seu papel e compromisso com o Ambiente, definindo metas e priorizando ações em linha com os objetivos climáticos internacionais, por forma a garantir a sua competitividade e prosperidade. Sendo missão do GRACE apoiar as empresas na sua jornada de sustentabilidade, a gestão da retoma e valorização dos resíduos de embalagens assume um papel crucial no contexto Ambiental. A adesão da Sociedade Ponto Verde ao GRACE inscreve-se nessa missão de um futuro mais sustentável. Estamos certos de que esta nova parceria será mutuamente benéfica – o GRACE apoiará a jornada de Sustentabilidade da Sociedade Ponto Verde, e esta servirá de inspiração e de influência positiva para as mais de 300 empresas que integram o GRACE”, refere a Presidente do GRACE – Empresas Responsáveis, Margarida Couto.

O futuro do setor da Gestão de Resíduos passa pela inovação, cooperação e ecodesign

“O Ecodesign na triagem e reciclagem” foi o mote da 1.ª edição das Jornadas da Embalagem, que aconteceu esta quarta-feira, 7 de fevereiro, em Fátima.

Trata-se de um evento técnico organizado pela Sociedade Ponto Verde (SPV), que reuniu parceiros das áreas do setor da gestão de resíduos, como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a Lipor, a Micronipol, a RSTJ, a Saica Natur, a Sirplaste, a SONAE, a Papeleira Coreboard e a Valorsul, para refletir sobre o papel de cada um na promoção da inovação, melhoria e eficiência da reciclagem de embalagens.

A CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, abriu o evento destacando a importância de “rever os modelos de investimento e os modelos de financiamento das atividades e de toda a cadeia de valor, desde o ecovalor até ao reciclador, passando pelo consumidor”.

Referiu, ainda, que a SPV preparou esta conferência “tendo em mente a importância de proporcionar este tipo de iniciativas, reforçando fortemente o seu papel enquanto agente agregador da cadeia de valor”, reiterando a urgência de se ter uma perspetiva integrada, cooperativa e colaborativa, de forma a definir-se o futuro do setor que se quer “mais moderno e eficaz”.

Também a economia circular esteve em debate no evento. “De acordo com o último Circularity Report, de 2023, nos últimos cinco anos a quantidade de debates, discussões, artigos (sobre economia circular, a nível mundial) triplicou. Realmente, fala-se muito de economia circular. No entanto, a circularidade a nível global teve um declínio. Assistimos a um declínio quando comparamos com 2018 e a principal razão para isto é o aumento do consumo (cerca de 28%)”, explicou a Investigadora e Coordenadora-adjunta da Unidade de Economia e Recursos do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, Cristina Rocha.

Já a Vogal do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Ana Cristina Carrola, deu a conhecer os aspetos mais relevantes ainda em discussão na proposta de regulamento sobre Embalagens e Resíduos de Embalagens da União Europeia (PPWR). Ao longo da sua intervenção, deu conta de que a proposta ainda se encontra em processo de negociação e que se espera que seja fechada e divulgada em março, destacando que esta diretriz tem objetivos claros: “prevenir a geração de resíduos de embalagens, promover a reutilização e a reciclagem em ‘circuito fechado’ e aumentar a utilização de plásticos reciclados”.

A Diretora de Serviços de Sustentabilidade Empresarial da Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), Carla Pinto, deu a conhecer como foram surgindo as políticas de ecodesign e do seu impacto nos sistemas de responsabilidade alargada do produtor, através da eco-modulação das prestações financeiras. Deu ainda nota de que a “a Comissão Europeia considera que o ecodesign é a forma mais eficiente de reduzir os impactos ambientais dos produtos” e que, efetivamente, “o mercado interno proporciona uma massa crítica que permite influenciar padrões mundiais de sustentabilidade e conceção do produto”.

O encerramento ficou a cargo do Diretor de Gestão de Resíduos da Sociedade Ponto Verde, João Letras, que, ao longo do seu discurso destacou que os desafios que existem “não se prendem apenas com o atingir metas, mas, sim, com o atingir as metas, que são bem mais exigentes, da forma mais eficaz e eficiente possível”.

“Para que isto seja possível é necessário ter ao dispor soluções de embalagem mais sustentáveis, que sejam fáceis de utilizar e de depositar seletivamente, mas também que sejam fáceis de triar e de reciclar. Caso contrário, todo o esforço já feito pelo consumidor pode não ser consequente se a embalagem se perder no processo ou se tiver uma influência negativa no fecho do seu ciclo de vida”, afirmou, reforçando também a mensagem da CEO da SPV: “Temos de exigir mais colaboração, mais tecnologia, mais inovação, mais literacia ambiental e mais transparência para gerir melhor e criar mais valor”.

Por fim, anunciou que as Jornadas da Embalagem vão continuar, “com temas semelhantes, com temas diferentes, para continuar a estreitar a distância na cadeia de valor e a promover a troca de informações e experiências entre todos: retomadores, SGRU, embaladores e entidades oficiais”.

Sociedade Ponto Verde e Beta-i juntas pela inovação na gestão de resíduos

A Sociedade Ponto Verde e a consultora de inovação colaborativa Beta-i juntaram-se no Showcase Day do Re_Source, programa de inovação aberta que tem como objetivo promover a economia circular e a disrupção digital na reciclagem de resíduos.

A Sociedade Ponto Verde (SPV) e a consultora de inovação colaborativa Beta-i juntaram-se no Showcase Day do Re_Source, programa de inovação aberta que tem como objetivo promover a economia circular e a disrupção digital na reciclagem de resíduos.

À fase final do programa chegaram 12 projetos-piloto que procuram soluções para resolver desafios relacionados com a mudança de comportamento do consumidor, aumento da circularidade e digitalização das embalagens, transparência e rastreabilidade dos materiais embalados, sistemas de recolha eficientes e com baixo-carbono e tecnologias avançadas de recolha e triagem de resíduos, aplicando os princípios da economia circular.

Entre as ideias desenvolvidas, encontra-se um projeto que pretende estudar os comportamentos de estudantes universitários na produção e descarte de resíduos, alimentando um conjunto de incentivos à adoção de novos comportamentos. Numa outra vertente, surge um projeto-piloto que está a desenvolver uma ferramenta de inteligência artificial,  que permitirá otimizar a colocação de novos ecopontos.

Com a tecnologia no cerne de muitos dos projetos finais, há também uma proposta que recorre à robótica, permitindo a incorporação de tecnologias avançadas de separação e reciclagem, inovando o processo de triagem dos resíduos. Na área das embalagens circulares, surge um projeto que pretende usar inteligência artificial e machine learning para acelerar o desenvolvimento de um material de base biológica e compostável, para aplicação em embalagens biodegradáveis.

Neste evento que assinalou o fim da 3.ª edição deste programa, a SPV e a Beta-i juntaram vários players do setor, com o intuito de dinamizar a colaboração entre parceiros e demais entidades, desde produtores e distribuidores a organizações responsáveis pela gestão de resíduos, nomeadamente Algar, CENTIMFE, Ecox, Gesamb, L’Oreal, Silvex, Sumol+Compal, Universidade Nova, Valorlis e Veolia.

“O Re_Source tem vindo a demonstrar, edição após edição, que a indústria da reciclagem e dos resíduos de embalagens desempenha um papel fundamental na sociedade. É fulcral procurarmos soluções inovadoras para este setor, que ajudem a promover a economia circular através da colaboração entre todos os stakeholders, criando um ecossistema mais resiliente. Este é o momento de celebrar a inovação colaborativa entre parceiros nacionais e empreendedores internacionais, enquanto deixamos as sementes para replicar estas soluções práticas noutros atores do ecossistema, capazes de resolver problemas reais para a cadeia de valor da reciclagem e gestão de resíduos”, explica Diogo Teixeira, CEO da Beta-i.

“Foi muito gratificante ver que esta edição do Re_Source captou mais candidaturas do que as anteriores. Isso significa que é um programa que está a ter cada vez mais receptividade e atratividade junto das startups e dos empreendedores, que se juntam estrategicamente aos parceiros da Sociedade Ponto Verde. De facto, só trabalhando num regime colaborativo conseguimos encontrar novas soluções baseadas na inovação e na tecnologia, que vão trazer mais valor para o setor da gestão de resíduos e, em particular, para a gestão de embalagens”, diz Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde.

Com um investimento total de quase um milhão de euros no desenvolvimento de pilotos em três edições, o Re_Source soma 39 parceiros, 403 candidaturas de 49 países e 20      projetos-piloto, que unem esforços na procura de soluções para promover a sustentabilidade da gestão de resíduos.

Nas últimas duas edições, o Re_Source desenvolveu nove projetos-piloto que fizeram frente a desafios como aumentar a eficiência da recolha e triagem dos resíduos, com o aumento da recolha de alumínio, plástico, papel e vidro do canal HORECA através da digitalização.

Website do Re_Source: https://resource-innovation.com/ 

SPV apoia empresas na certificação da reciclabilidade de embalagens de plástico

A Sociedade Ponto Verde (SPV) juntou-se à Logoplaste Innovation Lab e ao Bureau Veritas Certification na disponibilização de um serviço de certificação de reciclabilidade para embalagens de plástico com o selo de qualidade das Certificações Recyclass.

Esta é uma certificação europeia que assegura que os fabricantes e as marcas prestem informações claras e exatas sobre a reciclabilidade das suas embalagens de plástico, promovendo uma maior transparência junto dos consumidores.

Neste processo de certificação RecyClass, as empresas recebem um Relatório e Certificado, com classificação numa escala de A a F, ou com avaliação quantitativa (%) da performance em termos de reciclabilidade.

Em termos de procedimentos, a Logoplaste Innovation Lab faz toda a avaliação da embalagem, já presente no mercado ou ainda em fase de desenvolvimento, através de análises laboratoriais, com a possibilidade de simular todas as fases de reciclagem e caracterização do material reciclado. Por sua vez, a atribuição do certificado é assegurada pelo Bureau Veritas Certification.

Com o objetivo de incentivar boas práticas de comunicação aos consumidores e procurando entregar mais valor aos nossos clientes, a SPV oferece a todos os seus clientes um desconto de 10% na aquisição desta certificação.

A SPV dá, assim, continuidade à estratégia de apoiar as entidades suas parceiras no caminho da Inovação para mais e melhor reciclagem de embalagens, neste caso concreto para impulsionar a economia circular dos plásticos, e a assegurarem o cumprimento dos requisitos e das normas locais e europeias.

“Esta colaboração surge num momento crítico em que se perspetiva um novo enquadramento legal para que todas as embalagens sejam, a partir de 2030, reutilizáveis ou recicláveis em todos os Estados-Membros, de acordo com a proposta de Regulamento Europeu para Embalagens e Resíduos de Embalagem (PPWR). A SPV é um parceiro de excelência na cadeia de valor das embalagens e, por isso, o nosso compromisso é total no que diz respeito a ajuda que diariamente oferecemos aos nossos clientes de forma cumprirem com a legislação e as medidas nela preconizadas. Assente em modelos de fácil informação e total transparência para com os cidadãos, a SPV tem vindo a contribuir de forma decisiva para o cumprimento das metas de reciclagem a que o país se encontra vinculado. Assim, juntámo-nos à Logoplaste Innovation Lab e ao Bureau Veritas Certification para conseguirmos beneficiar os nossos clientes que decidam certificar as suas embalagens com o selo de qualidade da Certificação RecyClass,” refere Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde.

“As grandes marcas procuram soluções cada vez mais sustentáveis, com embalagens 100% recicláveis e circulares. Atenta a esta tendência, a Logoplaste tem trabalhado a agenda da sustentabilidade com os seus clientes e criou um serviço que permite uma avaliação científica da reciclabilidade das embalagens plásticas, resultando numa certificação Recyclass. A Logoplaste é o parceiro de inovação, ajudando a implementar a verdadeira circularidade nas embalagens rígidas de plástico”, refere Gerardo Chiaia, CEO da Logoplaste.

“O Bureau Veritas Certification, em parceria com a Logoplaste Innovation Lab, celebra com entusiasmo a participação neste projeto ao lado da Sociedade Ponto Verde. Ao fornecer serviços de certificação de reciclabilidade para embalagens de plástico com o selo de qualidade das Certificações RecyClass, estamos comprometidos em promover a transparência e incentivar práticas sustentáveis. Estamos orgulhosos de contribuir para a economia circular dos plásticos, garantindo a conformidade com as normas europeias e locais, e alinhando-nos com a visão de embalagens reutilizáveis e recicláveis para todos até 2030. Juntos, avançamos na busca pela inovação e excelência na reciclagem, impulsionando uma mudança positiva no setor”, refere Patrícia Franganito, Diretora do Bureau Veritas Certification Portugal.

Embalagens continuam a cumprir metas da reciclagem, mas sem mudanças profundas em 2025 estaremos em incumprimento

Os portugueses encaminharam para reciclagem um total de 460.285 toneladas de embalagens, em 2023, o que significa praticamente uma estagnação face ao período homólogo do ano anterior.

Uma análise aos dados anuais do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem (SIGRE) permite concluir que apesar de os resultados continuarem em linha com as atuais metas da reciclagem de embalagens, se a tendência verificada nos últimos anos se mantiver, Portugal não vai conseguir alcançar a nova meta definida para 2025 para este fluxo de resíduos urbanos, de embalagens.

O objetivo do país, que é comum a todos os Estados-Membros, passa por estar a reciclar, daqui a um ano, pelo menos 65% das embalagens que são colocadas no mercado. Em2023, essa taxa manteve-se nos 60%.

O papel/cartão, com 148.630 toneladas recolhidas (+4%) continua a ser um dos materiais com melhor desempenho, mas há dois que devem suscitar preocupações: o alumínio e o vidro.

O primeiro aumentou apenas 2%, o que se traduz em 1.947 toneladas encaminhadas para reciclagem, carecendo de um aumento significativo no ritmo de crescimento. O vidro continua aquém da meta e a sua recolha mostra sinais de quebra. No último ano foram depositadas 212.593 toneladas destas embalagens, ou seja, menos 6.264 toneladas (-3%).

Nas embalagens de vidro, em particular, existe a necessidade de mais separação por parte dos cidadãos e, sobretudo, da prestação de um maior nível de serviço por parte dos operadores municipais na recolha, do ponto de vista da qualidade e conveniência.

É fundamental continuar a apostar-se em sistemas de deposição de embalagens de vidro mais eficientes, como o baldeamento assistido, para serem colocados nas proximidades de cafés, restaurantes e bares, onde são geradas as quantidades mais significativas destes resíduos urbanos para reciclagem e alargar o seu uso a mais zonas do país.

Em termos globais, todo o setor precisa de regras claras e uniformizadas, mecanismos que promovam a transparência e eficiência do sistema – começando por um modelo de financiamento justo e ligado a objetivos que se traduzam numa real melhoria do nível de serviço prestado aos cidadãos por parte dos operadores municipais na recolha.

Também importa reforçar colaboração e complementaridade entre todas as partes interessadas na cadeia de valor sobretudo das entidades gestoras.  A nova legislação  e o novo ciclo de licenças para as entidades gestoras são uma boa oportunidade para mudar o sistema de forma a que se cumpram as metas estabelecidas para 2025.

Para Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde “Portugal está num momento crítico no que diz respeito à gestão dos resíduos urbanos e em particular à reciclagem de embalagens, que é o único fluxo a cumprir com as metas e que deveria ser exemplo para os restantes. Otimizar a operação, num modelo transparente e a custos justos e eficientes e com garantias de qualidade e nível de serviço são fatores que a Sociedade Ponto Verde considera essenciais para o futuro do setor.

Lisboa, 12 de janeiro de 2024

Pergunta e recicla

Avatar
closebtn
Olá!
Escreva aqui a sua pergunta e responderei em segundos.