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PARAÍSO RESTAURADO
Paraíso Restaurado
2012-07-01
Paraíso Restaurado

Aos poucos os animais regressam à Gorongosa. O projecto de restauro e conservação do Parque Nacional moçambicano, começou em 2004, reintroduzindo os chamados “jardineiros”, como gnus e búfalos, mas também espécies de maior porte, como elefantes e hipopótamos.

 

Depois chegaram os carnívoros, como a chita, essenciais para controlar a população de herbívoros. A cada ano que passa, a Gorongosa aproxima-se do esplendor de outrora. E especialistas em turismo do jornal britânico Financial Times elegeram a Gorongosa como um dos destinos mais apetecíveis para férias em 2012.

 

“O Parque oferece oportunidades únicas para quem aprende a olhar para o céu e para as árvores e não está apenas à espera da grande emoção do estafado cartaz turístico”, escreveu Mia Couto, num artigo intitulado A natureza não tem pequenos. O biólogo e escritor moçambicano referia-se ao habitual fascínio dos turistas pelos chamados “big five” (elefante, leão, búfalo, leopardo e rinoceronte) – apenas o rinoceronte (ainda) não está presente na Gorongosa – que leva a que se negligencie encontros com outras espécies que merecem tanta ou mais atenção.

 

Há cinco décadas, os cerca de 4.000 km2 da Gorongosa albergavam uma riquíssima vida selvagem. Tudo mudou com o eclodir da guerra civil: cerca de 95% das espécies foram extintas. Em 1972 contabilizaram-se 3.500 hipopótamos, 5.500 gnus e 200 leões. Em 1994 nenhum restava. Dez anos depois a esperança regressou à Gorongosa pela mão do empresário filantropo norte-americano Greg Carr.

 

Numa visita de helicóptero ao parque Carr constatou que os rios, o lago e a floresta mantinham-se vibrantes. “Pensei: se o ecossistema está lá, os animais podem regressar. Vamos tentar”, recorda. A Fundação Carr assumiu um investimento de 40 milhões de dólares na Gorongosa ao longo de 20 anos. Parte das receitas geradas é investida no desenvolvimento e formação das populações locais.

 

Quem visitar este paraíso terá uma estada em respeito pelo ambiente e contribuirá para a melhoria da qualidade de vida das populações locais. Greg Carr não tem dúvidas: “Visitar a Gorongosa é também uma viagem de mudança interior”.

 

Fotos: cedidas e Visabeira Turismo

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