“O que me preocupa é a manutenção do planeta a um nível global; penso que a maioria das pessoas não compreende que os recursos são finitos”, lamenta Margarida Pinto Correia, ex-jornalista e actriz, hoje presidente da Fundação do Gil, organização que apoia a inserção de crianças e jovens institucionalizados por longos períodos de tempo. “Foi nas reportagens que fazia enquanto jornalista que percebi as grandes divergências ao nível da legislação entre os diferentes continentes e até países”, afirma. E foi em reportagem, quando se deslocou à Antárctida, que viu que “o impacto das nossas acções revela-se mesmo nos espaços mais longínquos”.

Margarida Pinto Correia acredita no poder de cada um para a mudança. E dá o exemplo, a começar pela instalação de painéis solares em casa. “A questão não é apenas poupar por razões económicas, mas sim para gastar menos do que a Terra tem para nos oferecer”, diz. E recolhe num balde a água que sai fria do duche para usar em descargas sanitárias; e a que sobra da limpeza de legumes para lavar a louça. Quanto às roupas das crianças, vão passando dos mais velhos para os mais novos. Os filhos compreendem. “Aliás, são os mais fundamentalistas de todos”.