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O AQUECIMENTO GLOBAL COMEÇA EM CASA
O aquecimento global começa em casa
2012-06-30
O aquecimento global começa em casa

Colin Beaven passou das palavras aos actos e mostrou que podemos viver (e bem) causando uma leve pegada no planeta. Durante um ano o norte-americano, a mulher, Michele, e a sua filha de dois anos viveram sem televisão nem frigorífico, deslocaram-se de bicicleta ou a pé e quase não produziram lixo.

 

Face ao estilo de vida de um cidadão médio de Manhatan, pouparam 1.248 plásticos de embalagens, 2.190 copos de papel e plástico, 572 sacos de plástico, 16.580 litros de lixo e 2.184 fraldas descartáveis. No final, os benefícios não foram apenas ambientais: Collin e a família estavam mais saudáveis e felizes. O resultado está em livro e em filme – No Impact Man – e quem quiser repetir a proeza encontra em http://noimpactproject.org dicas para viver sem impacto.

 

Todas as escolhas do dia-a-dia têm efeito no planeta. “Mais importante do que diminuir a pegada ecológica é conhecê-la”, adverte Nuno Oliveira, promotor do projecto Ecology Made Real, plataforma de especialistas em vários campos da ecologia aplicada. As empresas estão atentas a essa necessidade. No Reino Unido, “certas cadeias já medem a pegada carbónica para permitir que os consumidores escolham” os produtos também com base no impacto ambiental, diz Sérgio Teixeira Santos, executivo da e)-mission, marca de serviços de gestão integral de carbono.

 

Todas as escolhas contam, a começar pela alimentação: a pecuária gera mais emissões com efeitos de estufa do que o sector dos transportes, refere a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A pressão sobre os recursos naturais duplicou desde 1966, revela a World Wild Fund (WWF). Para manter o actual estilo de vida são necessários 1,5 planetas e a pegada de carbono aumentou 11 vezes nas últimas cinco décadas. A mudança de comportamentos é inevitável, defende Ricardo da Silva Vieira, da WWF Portugal, responsável pela área de energia e alterações climáticas. “Não havendo recursos é impossível continuar a consumir. Mudar, mudaremos sempre”.

 

Ilustração: Rita Sales Luís

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