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19º ANIVERSÁRIO SOCIEDADE PONTO VERDE
19º Aniversário Sociedade Ponto Verde
2015-11-11
19º Aniversário Sociedade Ponto Verde

19 anos a ensinar os portugueses a reciclar

 

No ano em que a Sociedade Ponto Verde celebra o seu 19.º aniversário, no dia 19 de novembro, nada melhor do que fazer uma viagem no tempo para recordar as principais campanhas publicitárias televisivas que acabaram por marcar não só a história da SPV como também ficaram para sempre na memória dos portugueses.

 

Quem não se lembra do famoso chimpanzé Gervásio, que tinha demorado apenas uma hora e 12 minutos a aprender a separar as embalagens usadas? Corria o ano de 2000 e o termo “reciclagem” era ainda desconhecido pela esmagadora maioria da população portuguesa. “E você, quanto tempo mais é que precisa?”, perguntava o anúncio, em jeito de provocação. Três anos depois, em 2003, ainda apenas 38% das pessoas faziam a recolha seletiva das embalagens usadas em Portugal, uma percentagem que disparou para 60% em 2007 e, mais recentemente, para 71% em 2015.

 

No entanto, foi apenas em 2005, com o início de uma série de campanhas que tiveram como protagonistas um grupo de crianças de várias idades, que a Sociedade Ponto Verde (SPV) conseguiu criar uma maior empatia com os consumidores e fazer passar a mensagem da reciclagem e da importância da separação de resíduos, com anúncios que ficaram gravados na história da publicidade nacional. Com apenas cinco anos, Beatriz Leonardo foi uma das crianças que integrou o elenco original da campanha, ficando conhecida pela sua imagem de marca: os totós e o cabelo encaracolado. Apesar de, na altura, já ter participado em algumas sessões fotográficas, a televisão era ainda um mundo desconhecido para Beatriz e foi com as campanhas da SPV que se estreou no pequeno ecrã. Um primeiro passo para a sua carreira de atriz: hoje, aos 14 anos, a jovem integra o elenco fixo da série Bem Vindos a Beirais, na RTP, entre muitas outras participações em peças de teatro, telenovelas e até cinema.

 

Paula Leonardo, a mãe, lembra-se bem do dia em que recebeu um telefonema para levar a filha ao casting para o anúncio da SPV. “Era tudo uma novidade, mas decidimos experimentar. Quando lá cheguei, vi imensos miúdos com os pais e tentei convencer a Beatriz a -se embora, mas ela disse logo ‘mãe, eu quero ficar’. Ficámos e ela acabou por ser selecionada”, recorda, nove anos depois. Outra memória que guarda é a da véspera da filmagem do segundo anúncio, que passou com a filha no hospital CUF Descobertas, a soro, por causa de uma gastroenterite. “Liguei para a produção a avisar que ela não podia ir porque estava doente, mas a Beatriz insistiu sempre que queria ir e foi”, diz a mãe.

 

Com quatro anúncios da SPV no currículo, Beatriz lembra-se sobretudo da animação que eram os dias de filmagens com aquele grupo de crianças. Ainda hoje mantém uma forte amizade com alguns dos colegas do elenco. “Lembro-me de que éramos muitos e de que nos divertíamos imenso. Era um dia de brincadeira. Não sentíamos obrigação de estar lá”, recorda, acrescentando: “Nessa altura eu adorava ver-me na televisão. De cada vez que o anúncio passava, a casa toda parava.” No último anúncio, conta, como já era mais crescida, deixaram-na tirar os totós e esticar o cabelo. “Fiquei toda feliz. Nesse dia só ia gravar parte do anúncio, de manhã, mas pedi para ficar lá a brincar e acabei por jantar, para a despedida.” Quase uma década depois, garante que continua a ser “a mesma Beatriz”, mas com cada vez “mais consciência de que estou a reciclar para termos um planeta melhor”.

 

 

As crianças que ajudaram a mudar mentalidades

 

Fundada em 1996, foi apenas três anos mais tarde, em 1999, que a SPV lançou a sua primeira campanha institucional em televisão, que exibia um feijão a germinar, como símbolo da “semente” da reciclagem que começava a ser plantada na consciência dos portugueses. Desde esse momento e até hoje, a SPV investiu mais de 50 milhões de euros em campanhas de sensibilização para promover a reciclagem. Com quase 20 anos de distância, a campanha mais recente, lançada no início de 2015, teve como protagonistas os humoristas Nuno Markl e César Mourão, que em quatro spots diferentes ajudavam a desmistificar vários mitos urbanos sobre reciclagem, com muito humor à mistura.

 

Pelo meio ficaram campanhas memoráveis, em que as crianças foram as principais estrelas, como Piqueno e Enganos (2005), Perguntas e Teatro (2006) e Crescidos e Pedinchões (2007).

 

Apesar de a última campanha desta série, com crianças, ter sido feita já há oito anos, ainda hoje os consumidores se recordam do impacto e da eficácia que essas campanhas tiveram pela sua simplicidade, cores vibrantes e também pelo “jeito especial” dos jovens atores para nos convencer a reciclar. O objetivo era mudar comportamentos e foi conseguido.

 

Em 2008 foi criada a primeira campanha de responsabilidade social, em colaboração com a Laço, com anúncios protagonizados por caras femininas bem conhecidas, como Tânia Ribas de Oliveira, Rita Ferro Rodrigues, Sónia Araújo, entre muitas outras. No 15.º aniversário, em 2011, a campanha Message in a bottle, que apelava à separação do vidro, ajudou a criar as primeiras 30 salas de estudo para crianças carenciadas. Já em 2012, a campanha Numa Hora mostrou aos portugueses “o que todos juntos conseguimos reciclar numa hora, como papel suficiente para embrulhar a ponte sobre o Tejo ou metal para produzir 450 bicicletas”.

 

O anúncio começava precisamente com um rapaz ruivo, de olhos azuis, a espreitar por uma montra enquanto caíam do céu bolas verdes. Rodrigo Santos tinha na altura cinco anos e a enorme responsabilidade de anunciar: “Em Portugal só numa hora são vendidas um milhão e meio de embalagens com o símbolo Ponto Verde.” Hoje, com oito anos, lembra-se que no fim das filmagens lhe deram um avião e lembra-se também de dizer, na brincadeira, “o vidro põe-se no vidrão, o papel no papelão e o plástico no plasticão”. Mais a sério, garante que até hoje não esqueceu a lição: “O vidro põe-se no verde, o plastic no amarelo e o papel no azul.”

 

Na memória coletiva ficou também o final deste anúncio, quando uma manada de elefantes invadia as ruas de Lisboa, sob o mote: “Por hora são recicladas tantas embalagens como o peso de 12 elefantes.” A fala e o olhar espantado eram, na altura, de Maria Luísa Matos, com seis anos “acabadinhos de fazer”, como ela própria lembra. “Foi muito giro. Era tão pequena que quase não conseguia alcançar o ecoponto para colocar o vidro. No final, o anúncio ficou muito fixe e toda a gente falava dos 12 elefantes a aparecer no meio da estrada. Os meus amigos até me chamaram de sabichona porque parecia que eu já sabia tudo sobre o ecoponto”, conta Maria Luísa, hoje com oito anos. Em coro, Beatriz Leonardo, Rodrigo Santos e Maria Luísa Matos garantem que adoravam participar num novo anúncio televisivo da SPV, como aqueles que marcaram as suas infâncias. Quem sabe o que o futuro reserva, mas para já o grande objetivo da SPV passa por continuar a ser a “cara” da reciclagem em Portugal.

 

Cronologia | Marcos na história da Sociedade Ponto Verde

 

1996 | A SPV é criada em novembro, por iniciativa das empresas que embalam os produtos que os portugueses consomem.

 

1997 | Os Ministérios da Economia e do Ambiente atribuem a primeira licença para gestão do Sistema Ponto Verde para as embalagens domésticas. Começam a ser dados passos na imprensa com o primeiro anúncio.

 

1998 | Entrada em vigor da legislação nacional sobre gestão de embalagens. As primeiras embalagens foram enviadas para reciclagem no dia 10 de julho.

 

1999 | Primeira campanha institucional da SPV na televisão. O “Feijão” da reciclagem começava a germinar na cabeça de todos os portugueses. Tem também início o subsistema Verdoreca (dedicado à hotelaria, restauração e cafetaria).

 

2000 | A SPV passa a gerir também as embalagens não urbanas (industriais, agrícolas, comerciais e de serviço). Neste ano, o chimpanzé Gervásio ensinou-nos que todos conseguimos separar embalagens.

 

2004 | A licença da SPV é renovada. Estreia-se na televisão com programas como Ponto Verde e Ponto por Ponto.

 

2005 | A SPV cria um novo logótipo. As crianças passam a ser as estrelas das campanhas de publicidade Piqueno e Enganos. São atingidas as primeiras metas de reciclagem.

 

2006 | Comemoração do 10.º aniversário. As campanhas Perguntas e Teatro voltam a responder às dúvidas dos consumidores.

 

2007 | As campanhas televisivas Crescidos e Pedinchões terminam o ciclo iniciado com os anúncios Piqueno, dois anos antes.

 

2008 | É criada a primeira campanha de responsabilidade social, em colaboração com a Laço, que permitiu comprar duas carrinhas móveis de rastreio do cancro da mama.

 

2009 | Tem início a atividade da SPV como entidade gestora de resíduos perigosos de embalagens industriais não urbanas. A campanha Embalagens mostrou em que se transformam as embalagens recicladas.

 

2010 | A SPV assume a sua responsabilidade social com a campanha Reciclar é dar e receber.

 

2011 | Comemoração do 15.º aniversário. A campanha Message in a bottle, que apelava à separação do vidro, permitiu criar 30 salas de estudo.

 

2012 | A campanha Numa Hora mostrou aos portugueses o que todos juntos conseguimos reciclar, como metal suficiente para produzir 450 bicicletas.

 

2014 | A Missão Reciclar foi a maior ação de sensibilização no terreno lançada pela SPV, que contactou dois milhões de lares portugueses e distribuiu 300 mil ecobags.

 

2015 | Em 2015, a SPV quebrou mitos de reciclagem com a ajuda de Nuno Markl e César Mourão.

 

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