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DESIGN AMBIENTAL
Design Ambiental
2011-06-01
Design Ambiental

Por moda ou convicção, os produtos amigos do ambiente não param de surgir. 
Eis um roteiro por soluções de design, com máximo impacto visual e mínima pegada no planeta.

 

Amigo do ambiente, verde, ecológico ou sustentável são termos cada vez mais comuns na caracterização dos produtos. Consumidores mais exigentes, e ambientalmente mais responsáveis, ditam novas preocupações às empresas. Da matéria-prima à embalagem, todas as fases do ciclo de vida dos artigos são avaliadas quanto ao impacto no planeta. Resultado? Soluções de design com mínima pegada ecológica, sem que tal signifique perda de eficiência, funcionalidade ou elegância.

Em Portugal e no estrangeiro, cada vez mais designers concebem produtos eco-responsáveis. Conheça alguns objectos que acrescentam um novo valor à estética: sustentabilidade. 

 

 

Desperdício zero

Materiais reciclados, como fibra de lã industrial, e desperdícios de fábricas, transformam-se nas peças Fuz, acessórios de moda e para a casa. Empresa norte-americana, sediada na Califórnia, assenta na eficiência, desde os materiais até à forma como são cortados, rentabilizando assim a utilização das máquinas durante a fase de concepção. O exemplo que melhor reflecte essa estratégia é a mala UM, desenhada a partir de um único corte na matéria que lhe dá forma. Bom gosto na conta certa.

 

 

Elegância de cortiça

Ainda hoje o chapéu-de-chuva é a peça mais emblemática da Pelcor, que dá nova forma à tão portuguesa cortiça. Sandra Correia, fundadora e proprietária da empresa, é também a mentora deste projecto reconhecido dentro e fora do país. Desde Maio do ano passado que o chapéu-de-chuva e a mala Tote Bag estão à venda no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA). Gravatas, bolsas, sapatos, aventais e tantas outras peças mostram que a cortiça pode ser muito mais do que rolhas. 

 

 

Criações urbanas

É na azáfama citadina que Susana Soares se inspira para conceber acessórios de moda originais. A partir de telas plásticas de mesas de cozinha cria malas, bolsas circulares, crachás e aventais. Peças cheias de cor assinadas por Sushie, nome que Susana inventou em 1999 quando começou a desenhar malas como hobby.

 

 

Cor e inovação

Por graça, um dia João Bruno Videira decidiu trocar a palha do assento de uma cadeira antiga pela lã usada nos tapetes de Arraiolos. O resultado surpreendeu-o: “Percebi logo o potencial que tinha em mãos”. E assim surgiu o projecto Água de Prata, fruto do seu gosto e habilidade para trabalhos manuais. A carreira de jornalista, depois de anos na delegação da RTP em Évora, ficou para trás e hoje entrelaça cadeiras, pufes, painéis de parede… Ao mesmo tempo que dá nova utilidade a uma matéria-prima tipicamente portuguesa, reaproveita objectos em fim de vida, como pneus velhos.

 

 

Novas perspectivas

É uma caixa de cartão ou um candeeiro? Uma cadeira ou simples placas de cartão? Provocadoras e funcionais, as peças desenhadas por David Graas revelam olhares sui generis sobre os objectos do dia-a-dia. E apelam à redução do desperdício, já que o designer holandês aposta em soluções amigas do ambiente que prolongam a durabilidade de materiais comuns.

 

 

Colheres multifunções

“Como designers, temos um papel fundamental no crescimento saudável dos objectos”, assume, sem rodeios, a dupla Cláudio Cardoso e Telma Veríssimo, que forma o Studio Verissimo. A colecção Spoon é disso exemplo. Todos os dias milhares de colheres de plástico são utilizadas apenas uma vez e depois deitadas fora. Para minimizar esse gasto, os designers criaram candeeiros e mesas com as colheres. Modelos disponíveis em preto, branco e vermelho. Vai um cafezinho?  

 

Telas de conforto

Por toda a cidade de Santiago do Cacém havia lonas publicitárias, telões e bandeirolas a promover uma exposição. Os amigos Joaquim Sousa e Magda Guerreiro interrogaram-se: “Qual o destino de tudo isso?”. Então testaram uma ideia: fazer das lonas pufes. Do esboço à empresa Puff Power mediou algum tempo e pelo caminho conquistaram um prémio regional, o que os incentivou a prosseguir. Desde Junho do ano passado criam produtos únicos e artesanais, dos originais pufes a aventais, malas, bolsas, etc. Em nome dos 3 “R”. 

 

 

Irreverência social 

Os objectos Po! Paris cruzam influências de dois mundos: a elegância da Cidade das Luzes e a loucura dos Balcãs, reconhecem os criadores. E assim nascem candeeiros e cadeiras coloridos e arrojados a partir de latas de refrigerantes, peças de automóveis ou barras de aço. E com responsabilidade social: a Po! Paris é também um projecto social que apoia ONG que promovem a igualdade das mulheres e das comunidades marginalizadas.

 

Jóias de relva

Não há dúvida de que Hafsteinn Juliusson se afasta dos produtos de massa. Designer islandês a viver em Milão, é o autor de uma linha de jóias verdejantes: Growing Jewelry. Aos cuidados normais com a prata, estas peças carecem de outros mais específicos como serem regadas de cinco em cinco semanas, mas não em demasia, e conservadas no frio. As peças são feitas artesanalmente na Islândia. Inspirado pela ecologia e pela sociedade, o designer propõe um jardim sempre à mão.

 

Cadeiras intemporais 

A “111 Navy Chair” parece uma cadeira comum, mas não é. Disponível em várias cores, tem uma fórmula secreta: 65% de plástico PET reciclado e 35% de fibra de vidro e pigmento. A empresa Emeco, que desde 1944 fabrica cadeiras em alumínio para a Marinha norte-americana, concretizou a vontade da Coca-Cola em encontrar uma solução inovadora e durável para o desperdício. Estima-se que só no primeiro ano as cadeiras tenham dado nova vida a 3,5 milhões de garrafas. E a longo prazo: o design é intemporal e o material resistente. 

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