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ECOEMPREENDEDORISMO PORTUGUÊS PELA EUROPA FORA
Ecoempreendedorismo português pela Europa fora
2017-04-20
Ecoempreendedorismo português pela Europa fora

Nos últimos dez anos a Europa decidiu, finalmente, colocar a educação ambiental no topo da lista de prioridades de intervenção dos Estados membros. O paradigma mudou, e em 2017 uma das grandes missões da União Europeia passa pelo apoio e incentivo à criação de novos negócios com selo verde.

 

O projeto Green EYE, coordenado em Portugal pela TecMinho, uma das mais antigas estruturas universitárias de transferência de conhecimento, foi criado precisamente com o objetivo de aproximar empresários e jovens empreendedores através de um programa de intercâmbio que quer ser uma oportunidade para o desenvolvimento e crescimento das pequenas e médias empresas apostadas na economia verde – no fundo, para servir de ponte entre as boas ideias e os potenciais interessados em alavancá- -las. O programa não se foca exclusivamente na procura de investimento, como refere Helena Moura, uma das coordenadoras da Green EYE em Portugal, mas antes “na partilha de conhecimentos entre o empreendedor e o investidor, de forma a estimular negócios dentro de vários setores de atividade e que, neste caso, tenham em conta a vertente ecológica”.

 

Ecoeficiência, sustentabilidade e gestão de resíduos são os grandes pilares do programa, apoiado pelo Erasmus for Young Entrepreneurs, e que, apesar da inclinação empresarial, tem um método de funcionamento muito semelhante ao programa de mobilidade para estudantes, embora obedecendo a regras diferentes: de um lado, o empreendedor candidata-se com um negócio ou uma start-up e escolhe uma entidade de acolhimento dentro dos países da UE dispostos a receber e a ajudar a desenvolver a sua ideia; do outro, ao empresário é dada a oportunidade de aumentar a competitividade da sua empresa através da aprendizagem e colaboração mútuas com ideias frescas e com elevado potencial de crescimento.

 

Helena Moura explica: “Por exemplo, uma start-up ou PME portuguesa que se queira internacionalizar, mas que desconheça os mercados externos, tem aqui uma oportunidade de conhecer de perto modelos de negócio semelhantes.” Do mesmo modo, alguém com um plano estratégico bem definido e que tenha apenas interesse em replicar um negócio fora do país pode e deve candidatar- -se. A isso seguem-se três meses de experiência na empresa de acolhimento, com acesso a uma bolsa financiada pela Comissão Europeia com um teto máximo de 1100 euros mensais (o valor é atribuído de acordo com o custo de vida no país recetor e só na Dinamarca é possível aceder à totalidade da bolsa). A única coisa que se exige do candidato é que tenha disponibilidade para ir três meses para fora e abdicar de qualquer tipo de atividade remunerada em Portugal. 

 

“A organização do intercâmbio, depois, é combinada diretamente entre os dois lados, e se não houver a possibilidade de passar três meses seguidos fora do país, pode repartir a estada até cumprir o prazo estabelecido”, explica Helena Moura. Mas se sempre existiram programas de mobilidade para jovens empreendedores, porquê criar um intercâmbio exclusivamente direcionado para empresas do setor da economia verde? “Houve um crescimento brutal do setor do ambiente nos últimos anos e passou a ser missão da União Europeia estimular a criação de negócios que assentam na ecologia e na sustentabilidade. Há, aliás, uma orientação estratégica europeia nesse sentido, e Portugal quer estar na frente da corrida”, diz a coordenadora do Green EYE, lembrando, a título de exemplo, a candidatura recente de Guimarães a Capital Verde Europeia. Até à data, ao abrigo da Green EYE, foram estabelecidos dois intercâmbios de sucesso com o Reino Unido e Itália, ambos no setor alimentar. O que sairá dali Helena não sabe dizer, mas as “perspetivas são muito animadoras”.
 

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